

Café com Solange: Quando o líder tenta terceirizar a empatia para um robô
A inteligência artificial está revolucionando o mundo dos negócios, mas tem gestor achando que dá pra automatizar até o olhar humano.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIALTECNOLOGIAMERCADO
Por Solange Freitas
11/20/20252 min read
Tem gestor que se empolga fácil.
Basta ouvir a sigla “IA” pra achar que o problema da empresa finalmente tem solução.
“Agora o time vai voar com inteligência artificial!”, dizem eles, cheios de esperança e planilhas.
O detalhe é que o time mal consegue alinhar a agenda no grupo do WhatsApp e o gestor nem sabe conversar com gente de verdade.
A moda agora é digitalizar tudo, a reunião, a motivação, até a empatia.
Tem empresa comprando assinatura de ChatGPT achando que vai vir junto um pacote de cultura organizacional.
Mas liderança não é software, é comportamento.
E aqui vai a parte que dói, a tecnologia não cura o que a gestão não quer tratar.
IA não conserta ego inflado, não melhora comunicação truncada e não resolve a falta de propósito.
Ela só amplifica o que já existe.
Se a equipe está perdida, a IA só ajuda a se perder mais rápido.
Liderança continua sendo sobre gente.
Sobre saber ouvir, inspirar, dar direção, e, às vezes, calar e deixar o time pensar.
IA pode ajudar a entender dados, mas não entende silêncios.
Pode prever padrões, mas não lê olhares.
E pode até gerar relatórios, mas jamais vai gerar confiança.
No fim, o verdadeiro upgrade da liderança não vem de um prompt bem escrito,
mas de um líder que ainda acredita no básico,
respeito, coerência e presença.
Porque por melhor que seja o robô,
ninguém segue comando frio.
As pessoas seguem quem aquece o ambiente
mesmo que seja com uma boa xícara de café.






