

Imagem: Divulgação/Correios
Plano de reestruturação dos Correios reacende debate sobre privatização, afirma jurista
Em meio a dificuldades financeiras, estatal negocia empréstimo de R$ 20 bilhões com garantias do Tesouro Nacional
MERCADOECONOMIA
Por Redação InfoDot
10/17/20252 min read


Os Correios anunciaram, na última quarta-feira (15), a negociação de um empréstimo de R$ 20 bilhões junto a instituições financeiras, com garantias do Tesouro Nacional, em uma tentativa de reorganizar suas finanças e estabilizar o caixa operacional.
Segundo o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, os recursos devem ser usados para quitar dívidas com fornecedores e garantir o fluxo de caixa das operações do dia a dia.
O objetivo é reestruturar a companhia financeiramente, quitando débitos e garantindo condições para o funcionamento regular das atividades.
Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil
Reestruturação reacende debate sobre privatização
O anúncio, no entanto, reacendeu o debate sobre a privatização da empresa, tema que havia perdido força nos últimos anos.
Para o jurista Fernando Vernalha, do escritório Vernalha Pereira Advogados, os esforços de reestruturação e o novo empréstimo são soluções paliativas diante de um modelo estatal que, segundo ele, envelheceu diante das transformações do mercado.
“A legislação que instituiu o monopólio de serviços postais pela União é de 1978. Desde então, o mercado mudou radicalmente, e o modelo de prestação estatal perdeu eficiência”, afirmou.
Modelo em crise e perda de competitividade
A deterioração das operações dos Correios tem sido impulsionada por mudanças regulatórias no mercado internacional, avanço da concorrência privada e crescimento expressivo dos custos operacionais e administrativos.
O próprio Rondon reconheceu que a empresa não se adaptou com agilidade à nova dinâmica de consumo no pós-pandemia.
“Essa falta de adaptação fez com que sofresse em termos de resultado, de geração de caixa e da operação em si”, admitiu o presidente.
Estrutura estatal sob revisão
Na avaliação de Vernalha, o atual plano de recuperação “pode até mitigar sintomas, mas não corrige a ‘doença’ de base que é a estrutura estatal monopolista”.
O jurista defende uma revisão legislativa que elimine o monopólio da União sobre os serviços postais, estabeleça critérios claros de universalização e abra o mercado à competição privada.
A privatização dos Correios, dentro de um novo marco regulatório, pode gerar benefícios diretos aos usuários e reduzir o uso de recursos públicos para cobrir prejuízos.






