Demanda por profissionais com habilidades em IA dispara no Brasil, aponta estudo da PwC

O levantamento revela que os salários para essas posições cresceram ao dobro da velocidade dos cargos que não exigem habilidades em IA. Outro dado relevante é que os setores mais impactados por essa tecnologia tiveram um aumento três vezes maior na receita por funcionário em relação aos menos expostos.

Além disso, os bônus médios para cargos que demandam IA atingiram 56% globalmente, um salto significativo frente aos 25% registrados no ano anterior.

IA: automação ou produtividade?

A PwC categoriza os empregos impactados pela inteligência artificial em duas frentes principais: os automatizáveis, em que a IA pode substituir parte das tarefas humanas, e os aumentados, nos quais a tecnologia potencializa o desempenho do profissional.

No Brasil, ambos os tipos de funções estão em expansão, com destaque para os empregos aumentados. Segundo Camila Cinquetti, sócia da área de Workforce da PwC Brasil, esse crescimento mostra que a IA tem sido adotada para elevar a produtividade dos profissionais, não apenas para reduzir custos com mão de obra. “Isto indica que a IA está sendo usada para aumentar a produtividade, não apenas para redução de custos de pessoal”, explica.

Setores em destaque

O agronegócio é o setor que mais tem ampliado o número de vagas expostas à IA. As oportunidades para funções aumentadas cresceram mais de 600%, enquanto as automatizáveis subiram mais de 400%, impulsionadas principalmente pelo avanço da agricultura de precisão e da agricultura inteligente.
No varejo e atacado, o crescimento das vagas automatizáveis chegou a 300%, fortemente influenciado pela expansão do comércio eletrônico e por soluções de atendimento ao cliente baseadas em IA.

Habilidades em constante transformação

O estudo também destaca que as competências exigidas para vagas com envolvimento em IA estão mudando 66% mais rapidamente do que nas ocupações tradicionais. Isso exige uma adaptação constante tanto por parte dos profissionais quanto das empresas.
A exigência de diplomas universitários também vem diminuindo. Entre 2019 e 2024, a demanda por graduação em vagas aumentadas caiu de 66% para 59%, enquanto nas funções automatizáveis houve queda de 53% para 44%. A tendência sugere uma valorização maior de habilidades práticas e técnicas específicas do que de formações acadêmicas tradicionais.
O cenário mostra que a inteligência artificial está moldando o mercado de trabalho brasileiro em ritmo acelerado, prometendo continuar transformando as relações profissionais nos próximos anos.

Leia mais...