

Governo lança novo modelo de crédito imobiliário
Valor máximo do imóvel financiado sobe para R$ 2,25 milhões, e mudanças devem ampliar oferta de crédito para classe média
ECONOMIAMERCADO
Por Redação InfoDot
10/10/20253 min read


O governo federal anunciou, nesta sexta-feira (10), um novo modelo de crédito imobiliário voltado para ampliar o acesso ao financiamento habitacional e fortalecer o uso da poupança como fonte de recursos para o setor.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou a proposta durante o evento Incorpora 2025, em São Paulo. Entre as principais mudanças está o aumento do valor máximo do imóvel financiado no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
Nova estrutura de financiamento
A reformulação elimina gradualmente o depósito compulsório dos bancos junto ao Banco Central e redefine o uso dos recursos da caderneta de poupança. O total depositado pelos clientes passará a ser referência para o volume de crédito habitacional disponível no sistema, incluindo as operações do SFH e do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).
Atualmente, 65% dos recursos captados pela poupança precisam ser aplicados no crédito imobiliário, 15% são livres e 20% ficam retidos no Banco Central. Com o novo modelo, todo o saldo da poupança passará a servir como base para novos financiamentos, enquanto os compulsórios serão gradualmente reduzidos.
Segundo o governo, a transição será iniciada ainda este ano e o novo modelo estará plenamente vigente a partir de janeiro de 2027.
Foco na classe média e estímulo ao setor
O objetivo é ampliar o acesso ao crédito para famílias de classe média, que não se enquadram nas faixas do programa Minha Casa, Minha Vida. Atualmente, o programa atende famílias com renda de até R$ 12 mil e juros mais baixos.
Com as mudanças, o governo espera que a Caixa Econômica Federal financie cerca de 80 mil novas moradias até 2026. “Na medida em que mais valores são depositados em poupança, mais crédito será disponibilizado para financiamento imobiliário”, informou o comunicado oficial.
Além disso, o novo modelo permitirá que instituições que não captam poupança também possam conceder crédito habitacional, o que deve aumentar a competição e reduzir custos.
Contexto e desafios
O crédito imobiliário vinha sofrendo retração em razão da alta da Selic e dos saques na poupança, principal fonte de recursos do setor. Somente em 2025, a caderneta já acumula resgate líquido de R$ 78,5 bilhões, após retiradas de R$ 87,8 bilhões em 2023 e R$ 15,5 bilhões em 2024.
Com a reformulação, o governo busca reverter esse cenário e impulsionar o financiamento habitacional, especialmente num momento em que o mercado imobiliário projeta expansão e busca novas fontes de funding.






